Os trabalhadores de vigilância e guarda de carros-fortes,
transporte de valores, tesouraria e escolta armada de todo o Estado entram em
greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20). A informação é
de Wildson Damasceno, da diretoria do sindicato que representa a categoria, o
Sindfortes.
Segundo Damasceno, a categoria optou pela
paralisação após as empresas de
transporte de valores terem anunciado, nesta terça-feira (18), que não irão
atender à pauta dos trabalhadores. Essas empresas tinham recebido as
reivindicações dos trabalhadores no último dia 12, em documento que estabelecia
um prazo de uma semana para o posicionamento das transportadoras.
A pauta da categoria, ainda segundo Damasceno,
diz respeito principalmente às condições de trabalho. Um dos pontos centrais é
a proposta de acabar com o banco de horas dos trabalhadores, que hoje faz com
que eles extrapolem as 10 horas diárias de trabalho, chegando a atingir
impressionantes 14 horas. “A gente não consegue mais viver”, indigna-se
Damasceno.
Outro ponto é o pagamento em carteira fechada de
tíquete, assim como o seu reajuste, além de questões como a insalubridade dos
trabalhadores, a disponibilização de veículos melhores para a escolta e a
equiparação da base salarial que é paga no
Estado do Rio de Janeiro: R$1750,22. Segundo Damasceno, a base no Espírito
Santo é de R$1133,88.
Ele diz que o sentimento da categoria é de muita
desmotivação. “A tropa doa a vida para o trabalho, corre riscos diariamente,
mas não tem nenhuma contrapartida para isso”, diz ele. “A nossa pauta tem um
grande cunho social, o que nos motiva a ampliar o movimento”.
Com a nova greve, as agências bancárias, já consideravelmente
paradas pela greve dos bancários que começou na última terça-feira (18), ficam
com o funcionamento ainda mais lento – ou completamente parado, já que não
haverá mais dinheiro disponível para as transações financeiras. Damasceno chama
a atenção da população para que atente para isso e aproveite as próximas horas
para sacar a quantidade de dinheiro que considere necessária para um tempo que
pode ser longo.
Bancários
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Bancários
no Estado, Carlos Pereira (Carlão), a categoria manifestou apoio à greve
convocada pelo Sindfortes, assim como recebeu o mesmo sentimento de
unidade.
A greve dos bancários, iniciada nacionalmente na
terça-feira (18), cresceu do primeiro para o seu segundo dia no Espírito Santo.
Quase 20 novas agências foram fechadas em todo o Estado, atingindo o número de
127 no total. No caso da Caixa Econômica Federal, por exemplo, somente uma
agência funcionou nesta quarta. Segundo Carlão, o movimento também vem
recebendo o apoio da população, que tem sido compreensiva, mesmo com os
transtornos que o fechamento das agências causa.
Nacionalmente, segundo o coordenador – que representa
o Espírito Santo no Comando Nacional da categoria – ainda não houve nenhum
chamado por parte dos bancos para a negociação. Os bancários reivindicam 10,25%
de aumento, ou seja, a inflação acrescida de 5%. Mas a Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban) parou em sua primeira proposta, de 6% – ou seja, apenas cerca
de 0,7% de reajuste real.
Além disso, a pauta da categoria abarca as
condições de trabalho e questões sociais, como o fim do assédio moral, a
contratação de mais funcionários, ampliação do horário de atendimento, dentre
outros. Especificamente nessas pautas, não houve nenhuma proposta da Fenaban, que
se recusou a negociá-las.
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