quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Seguranças de carros-fortes entram em greve nesta quinta-feira no ES.


Os trabalhadores de vigilância e guarda de carros-fortes, transporte de valores, tesouraria e escolta armada de todo o Estado entram em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20). A informação é de Wildson Damasceno, da diretoria do sindicato que representa a categoria, o Sindfortes.
 Segundo Damasceno, a categoria optou pela paralisação após as empresas de transporte de valores terem anunciado, nesta terça-feira (18), que não irão atender à pauta dos trabalhadores. Essas empresas tinham recebido as reivindicações dos trabalhadores no último dia 12, em documento que estabelecia um prazo de uma semana para o posicionamento das transportadoras. 
 A pauta da categoria, ainda segundo Damasceno, diz respeito principalmente às condições de trabalho. Um dos pontos centrais é a proposta de acabar com o banco de horas dos trabalhadores, que hoje faz com que eles extrapolem as 10 horas diárias de trabalho, chegando a atingir impressionantes 14 horas. “A gente não consegue mais viver”, indigna-se Damasceno.
 Outro ponto é o pagamento em carteira fechada de tíquete, assim como o seu reajuste, além de questões como a insalubridade dos trabalhadores, a disponibilização de veículos melhores para a escolta e a equiparação da base salarial que é paga  no Estado do Rio de Janeiro: R$1750,22. Segundo Damasceno, a base no Espírito Santo é de R$1133,88.
 Ele diz que o sentimento da categoria é de muita desmotivação. “A tropa doa a vida para o trabalho, corre riscos diariamente, mas não tem nenhuma contrapartida para isso”, diz ele. “A nossa pauta tem um grande cunho social, o que nos motiva a ampliar o movimento”.
 Com a nova greve, as agências bancárias, já consideravelmente paradas pela greve dos bancários que começou na última terça-feira (18), ficam com o funcionamento ainda mais lento – ou completamente parado, já que não haverá mais dinheiro disponível para as transações financeiras. Damasceno chama a atenção da população para que atente para isso e aproveite as próximas horas para sacar a quantidade de dinheiro que considere necessária para um tempo que pode ser longo. 


 Bancários
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Bancários no Estado, Carlos Pereira (Carlão), a categoria manifestou apoio à greve convocada pelo Sindfortes, assim como recebeu o mesmo sentimento de unidade. 
A greve dos bancários, iniciada nacionalmente na terça-feira (18), cresceu do primeiro para o seu segundo dia no Espírito Santo. Quase 20 novas agências foram fechadas em todo o Estado, atingindo o número de 127 no total. No caso da Caixa Econômica Federal, por exemplo, somente uma agência funcionou nesta quarta. Segundo Carlão, o movimento também vem recebendo o apoio da população, que tem sido compreensiva, mesmo com os transtornos que o fechamento das agências causa.
Nacionalmente, segundo o coordenador – que representa o Espírito Santo no Comando Nacional da categoria – ainda não houve nenhum chamado por parte dos bancos para a negociação. Os bancários reivindicam 10,25% de aumento, ou seja, a inflação acrescida de 5%. Mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) parou em sua primeira proposta, de 6% – ou seja, apenas cerca de 0,7% de reajuste real.
 Além disso, a pauta da categoria abarca as condições de trabalho e questões sociais, como o fim do assédio moral, a contratação de mais funcionários, ampliação do horário de atendimento, dentre outros. Especificamente nessas pautas, não houve nenhuma proposta da Fenaban, que se recusou a negociá-las.

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