Os ataques a agências bancárias com explosivos no Rio Grande do Sul mais que duplicaram no comparativo do primeiro semestre de 2012 com o ano passado. Foram quatro em 2011 contra nove em 2012 - somente em março foram seis.
Os dados constam de relatório da Agência Central de Inteligência da Brigada Militar, ao qual o Correio
do Povo teve acesso. De janeiro até o último dia 12, foram 16 ocorrências desse tipo em solo gaúcho. No
comparativo com Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, o RS representa 6,6% do total de ataques
no mesmo período.
Santa Catarina contabilizou 32 ataques, Paraná, 68, e Mato Grosso Sul, 27. Em 2011, foram quatro
ataques com explosivos a agências e postos bancários no Estado. SC sofreu cinco; PR, oito; e MS, um. O
que fez o Estado ficar com 22% dos roubos em que foram usados explosivos do mesmo tipo dos que são
empregados em pedreiras.
O fato de a blindagem de caixas eletrônicos em algumas agências ser pequena, fez com que os assaltantes
fizessem investidas contra essas agências. As instituições bancárias começaram então a trocar o nível de blindagem dos equipamentos. A graduação varia de meia a quatro polegadas.
Segundo especialistas consultados, com a blindagem em meia polegada, o criminoso coloca a banana de explosivo em um buraco e detona a carga.
A parte traseira e superior do terminal cede e é retirada a caixa contendo as cédulas. Nos terminais com blindagem maior, a explosão não faz com que partes do equipamento abram, podendo até danificar o dinheiro e os componentes eletrônicos.
Em um dos últimos assaltos, no Rio Grande do Sul, alguns dos terminais bancários já estavam com a
blindagem maior. Apesar da tentativa de explodir, os assaltantes não conseguiram o seu intento: atingir o
local onde estava o dinheiro.
Com esse panorama, o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Roberto de Abreu, determinou
que o Corpo de Bombeiros, nas cidades onde o risco de ataques é considerável, faça uma análise nas agências quanto à limitação da segurança.
À noite e durante a madrugada, são feitas patrulhas. "Além disso, o Comando Ambiental vistoria pedreiras, principalmente na Serra", ressaltou Abreu. "Muitos dos explosivos usados são oriundos da região."
Além do policiamento ostensivo, de acordo com Abreu, o setor de inteligência tem atuação tanto
na análise do crime em si como nas pistas deixadas pelos assaltantes. A estratégia é montada com base nos
levantamentos feitos in loco. "Ali se estabelece a rotina do grupo, o tipo de explosivo e sua procedência."
Fonte: Correio do Povo
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