Pernambuco: Vigilantes de Transporte de Valores paralisam atividades e empresa Nordeste chama a PM e o Batalhão de Choque para reprimir o movimento

Os vigilantes de Transporte de Valores de Pernambuco estão em Campanha Salarial e até o momento, as únicas propostas que receberam dos patrões foram índices abaixo da inflação do período. Diante do descaso e desrespeito patronal, o Sindicato chamou os vigilantes do carro forte para a luta e no dia 15/08 paralisaram as maiores empresas que atuam no Estado: Brinks, Preserve, Corpvs e Nordeste. Os vigilantes foram para frente das empresas para não permitir a saída dos carros fortes, em um movimento legítimo de reivindicação em período de data-base. Para denunciar as mortes de vigilantes que estão correndo no estado, por conta do aumento da criminalidade, o Sindicato fez um protesto com caixões, colocados estrategicamente em frente às empresas.
Os patrões da Empresa Nordeste chamaram a PM e o Batalhão de Choque para reprimir o movimento justo dos trabalhos e o mais surpreendente é que o Estado disponibilizou um grande contingente de Policiais para impedir que os vigilantes do carro forte fizessem sua manifestação por salários decentes e melhores condições de trabalho.
Infelizmente não vemos essa mesma agilidade do Estado de Pernambuco para oferecer segurança à população, que é vítima de assaltos constantes, inclusive nas saidinhas de banco, uma das maiores modalidades de crimes, além de sequestros e outros tipos de crimes.
Repudiamos o uso de forças policiais que deveriam oferecer segurança pública para a população e não para empresas privadas. A CNTV se solidariza com os vigilantes do carro forte de Pernambuco e parabeniza a direção do Sindicato e seu presidente, companheiro Souza, que é também diretor desta Confederação
pela disposição de luta e pelo belíssimo ato em frente às empresas, que certamente serviu de alerta aos patrões para que ofereçam uma proposta melhor aos trabalhadores.
A categoria reivindica 20% de reajuste salarial; aumento do valor do ticket de alimentação, de R$ 11 para R$ 15; melhores condições de trabalho, como a implantação de ar condicionado nos veículos; diminuição na jornada de trabalho, de 191 horas para 180; plano de saúde e antecipação da data base de julho para março.
Sindicato dos patrões e dos vigilantes tem uma reunião marcada na próxima sexta-feira (17) na Superintendência Regional do Trabalho. Segundo Souza, caso os patrões não aumentem a proposta, uma greve pode ser iniciada. Após essa reunião, uma assembleia entre os funcionários deve ser realizada ainda na próxima semana para discutir os próximos passos. Pernambuco tem hoje 300 carros-fortes e cerca de
1.500 funcionários trabalhando para quatro empresas.
Fonte: CNTV com informações do SINDESV/PE e Folha de Pernambuco