Dia do trabalho ou do trabalhador?
É sintomático que toda nossa grande imprensa chame o 1º de maio de Dia do Trabalho. Não é por desconhecimento do debate, porque ele é antigo. Faz bastante tempo que li a respeito e resolvi chamar de Dia dos Trabalhadores, não do Trabalho. Faz uma diferença crucial. De uma forma, valoriza-se o ser humano em sua dignidade e seus direitos. De outro, o produto, o resultado, o objeto.
Comemorar o trabalho é fortalecer uma visão antiga de que quanto mais trabalha, mais honesto e íntegro é um cidadão. E por isso louva-se aquele que se entrega de corpo e alma, sem folga, com quase nada de lazer. O eterno extenuado é comemorado. O sempre explorado.
É uma visão que deriva da exploração da mão-de-obra, da necessidade de aumentar a produção. O irônico é que se cultiva da mesma forma o elogio ao trabalhador extremamente dedicado e o patrão que nada produz e muito ganha. Porque é daí que deriva a lógica. É para que esse patrão permaneça rico que se tem que incentivar o trabalho. É um pensamento antigo do capitalismo, que já foi muito combatido e transformado. Hoje, a forma é menos caricata, mas a motivação do elogio ao trabalho ainda é a mesma. E é tão forte que ainda hoje as pessoas têm vergonha de pedir folga, de dizer que querem trabalhar menos, porque a cultura da nossa sociedade atribui a esse cidadão a pecha de vagabundo.
Por isso é importante a valorização do trabalhador e da trabalhadora. Não naquele sentido tão usado daquele que “gosta do trabalho”, em oposição ao vagabundo do parágrafo anterior. Mas no reconhecimento de que é o trabalhador que produz a nossa riqueza e merece direitos políticos, sociais e econômicos.
É nesse sentido que esse é o dia do ano mais propício para se debater a redução da jornada de trabalho, entre outros direitos – assusta, por exemplo, que nos Estados Unidos a extrema direita se fortaleça criticando a organização dos trabalhadores, pedindo o fim dos sindicatos.
Afinal, a sociedade não é nada sem os trabalhadores, que a mantém em toda a sua complexidade. Mas de que adianta a “evolução” e o “progresso” se não para garantir bem-estar e qualidade de vida para todos os cidadãos e cidadãs? Só vale trabalharmos tanto para garantirmos nossa própria felicidade. Que outra razão teria? Produzir riqueza para olhar? Para guardar, impressionar? Que sentido!?
É por isso que parabenizo os trabalhadores e as trabalhadoras do mundo propondo esse debate.
Em 1º de maio temos a oportunidade de descobrir quem está de qual lado do debate. Fiquemos atentos, pois.
———–
Descobri agora que o sociólogo Emir Sader se adiantou e, com muito mais propriedade, fez uma análise na mesma direção. Recomendo a leitura de 1º de maio, Dia dos Trabalhadores e não do Trabalho.
Comemorar o trabalho é fortalecer uma visão antiga de que quanto mais trabalha, mais honesto e íntegro é um cidadão. E por isso louva-se aquele que se entrega de corpo e alma, sem folga, com quase nada de lazer. O eterno extenuado é comemorado. O sempre explorado.
É uma visão que deriva da exploração da mão-de-obra, da necessidade de aumentar a produção. O irônico é que se cultiva da mesma forma o elogio ao trabalhador extremamente dedicado e o patrão que nada produz e muito ganha. Porque é daí que deriva a lógica. É para que esse patrão permaneça rico que se tem que incentivar o trabalho. É um pensamento antigo do capitalismo, que já foi muito combatido e transformado. Hoje, a forma é menos caricata, mas a motivação do elogio ao trabalho ainda é a mesma. E é tão forte que ainda hoje as pessoas têm vergonha de pedir folga, de dizer que querem trabalhar menos, porque a cultura da nossa sociedade atribui a esse cidadão a pecha de vagabundo.
Por isso é importante a valorização do trabalhador e da trabalhadora. Não naquele sentido tão usado daquele que “gosta do trabalho”, em oposição ao vagabundo do parágrafo anterior. Mas no reconhecimento de que é o trabalhador que produz a nossa riqueza e merece direitos políticos, sociais e econômicos.
É nesse sentido que esse é o dia do ano mais propício para se debater a redução da jornada de trabalho, entre outros direitos – assusta, por exemplo, que nos Estados Unidos a extrema direita se fortaleça criticando a organização dos trabalhadores, pedindo o fim dos sindicatos.
Afinal, a sociedade não é nada sem os trabalhadores, que a mantém em toda a sua complexidade. Mas de que adianta a “evolução” e o “progresso” se não para garantir bem-estar e qualidade de vida para todos os cidadãos e cidadãs? Só vale trabalharmos tanto para garantirmos nossa própria felicidade. Que outra razão teria? Produzir riqueza para olhar? Para guardar, impressionar? Que sentido!?
É por isso que parabenizo os trabalhadores e as trabalhadoras do mundo propondo esse debate.
Em 1º de maio temos a oportunidade de descobrir quem está de qual lado do debate. Fiquemos atentos, pois.
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Descobri agora que o sociólogo Emir Sader se adiantou e, com muito mais propriedade, fez uma análise na mesma direção. Recomendo a leitura de 1º de maio, Dia dos Trabalhadores e não do Trabalho.
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