sábado, 29 de setembro de 2012

IBGE: setor de serviços se recupera da crise econômica


Depois de um crescimento real de 6,4% na receita operacional líquida em 2009, o setor de serviços voltou,
em 2010, a ter alta de 11,0%, patamar próximo ao obtido em 2008 (11,4%), o que indica a recuperação
do setor frente à crise econômica mundial que se iniciou no segundo semestre de 2008.
Entre 2007 e 2010, a receita líquida das empresas de serviços acumulou um crescimento real de 31,6%,
sendo que em quatro segmentos a variação acumulada foi superior a este resultado: os serviços de manutenção e reparação (63,0%); as atividades imobiliárias (59,8%); os serviços prestados principalmente às famílias (44,9%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (44,9%).
É o que revela a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2010, que traz informações sobre a estrutura produtiva do setor de serviços não financeiros no Brasil, divulgada hoje pelo IBGE. A publicação mostra também que, em 2010, as 992.808 empresas investigadas obtiveram R$ 869,3 bilhões de receita operacional líquida e geraram R$ 510,4 bilhões de valor adicionado, ocuparam 10.622 mil pessoas e despenderam R$ 172,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. As 54.827 empresas que ocuparam 20 pessoas ou mais representaram 5,5% do total, foram responsáveis por 77,9% da receita (R$ 677,0 bilhões), 73,2% do valor adicionado (R$ 373,6 bilhões), 66,0% do pessoal ocupado (7.012 mil) e 76,1% da massa salarial (R$
131,3 bilhões).
Ainda que a maior parte das empresas atuasse no segmento de serviços prestados às famílias (310.958 ou 31,3% do total), os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foram responsáveis pela maior parcela da receita do setor (R$ 251,1 bilhões ou 28,9% do total). Também se destacaram, quanto à receita, os serviços de informação e comunicação (R$ 233,5 bilhões ou 26,9% do total) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (R$ 220,8 bilhões ou 25,4% do total).
Juntos, estes três segmentos responderam por 81,2% da receita operacional líquida dos serviços.
Já a variação acumulada da receita bruta das empresas de serviços entre 2007 e 2010 no Brasil foi de 31,8%. A Região Nordeste obteve, no período, a maior alta, 36,1%, sendo que o Piauí teve o maior
crescimento do país (50,2%)


Serviços profissionais, administrativos e complementares pagam R$ 61,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações em 2010




Além de sua expressividade em termos de receita e de número de empresas (296.944 ou 29,9% do total), os serviços profissionais, administrativos e complementares representaram a maior parcela do valor
adicionado, da massa salarial e do pessoal ocupado em todo o setor de serviços. Geraram R$ 166,5 bilhões
de valor adicionado (32,6%), pagaram R$ 61,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações
(35,5%) e ocupavam 4.320 mil pessoas (40,7%) em 2010.
As atividades técnico-profissionais, com metade das empresas do segmento (148.607), auferiram R$ 89,9 bilhões de receita operacional líquida (40,7%), pagaram R$ 20,1 bilhões (32,9%) em salários, retiradas e outras remunerações e empregavam 870.699 pessoas (20,2%), superadas somente pelos serviços para edifícios e atividades paisagísticas, que ocuparam 917.180 pessoas (21,2%). Por demandarem uma
mão de obra mais qualificada, os serviços técnico-profissionais apresentaram também a maior média
salarial, 3,5 salários mínimos, enquanto a média geral foi de 2,1, e a maior produtividade, R$ 76,7 mil,
ante o total do segmento de R$ 38,6 mil. Quanto à média de pessoal ocupado, os serviços de investigação,
vigilância, segurança e transporte IBGE: setor de serviços se recupera da crise econômica de valores alcançaram média de 130 pessoas ocupadas por empresa, e os serviços de seleção, agenciamento
e locação de mão de obra, 127; enquanto a média do segmento foi 15.


Serviços profissionais, administrativos e complementares ocuparam mais pessoas em todas as Grandes Regiões




A Região Sudeste concentrava, em 2010, 66,9% da receita bruta das empresas prestadores de serviços
não financeiros no Brasil (R$ 647,3 bilhões); 67,2% dos salários, retiradas e outras remunerações (R$ 115,9 bilhões); 60,3% do pessoal ocupado (6,4 milhões). A seguir, aparece a Região Sul, com 14,2% da receita (R$ 137,6 bilhões); 14,1% dos salários (R$ 24,4 bilhões); 15,8% do pessoal ocupado (1,7 milhão). Em relação aos salários médios, a Região Sudeste foi a única que apresentou salário médio (2,7 salários
mínimos) acima da média brasileira, que foi de 2,4. A Região Nordeste registrou a menor média salarial
(1,8 salários mínimos).
Os serviços profissionais, administrativos e complementares foram responsáveis pela maior parcela de pessoas ocupadas em todas as regiões brasileiras, variando de 34,3%, no Sul, a 44,8%, no Norte. A participação dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio na ocupação total dos serviços também foi significativa em todas as regiões, variando de 17,8%, no Nordeste, a 24,9%, no Sul. Os serviços prestados às famílias contribuíram para a geração de postos de trabalho, com participa-
ção oscilando entre 18,6%, no Norte, e 23,4%, no Nordeste.


Receita líquida volta a ter alta de 11,0% em 2010


Em 2010, o setor de serviços mostrou um quadro de recuperação em relação a 2009, ano em que os
reflexos da crise foram sentidos no setor. O crescimento real da receita líquida dos serviços, que entre
2007 e 2008 foi de 11,4%, no biênio seguinte reduziu-se para 6,4% e, no último, voltou a um patamar
próximo ao inicial (11,0%). O valor adicionado bruto, a massa salarial e a ocupação variaram no mesmo
sentido, mas alcançaram, ao final da série, taxas de crescimento superiores às de 2007-2008. No caso do
valor adicionado, a variação positiva de 12,0% neste biênio caiu para 7,3% em 2008-2009, e subiu para
16,1%, em 2009-2010. A taxa de crescimento dos salários, retiradas e outras remunerações de 11,7% no
primeiro biênio e de 7,6% no segundo, cresceu 14,8%, no último.
A taxa de crescimento do número de pessoas ocupadas de 8,5%, em 2007-2008, desacelerou para 6,4%
em 2008-2009, e atingiu 10,2% no biênio seguinte.
De 2007 a 2010, a produtividade dos serviços apresentou crescimento real, passando de R$ 43,8 mil
para R$ 48,1 mil. Houve também uma redução da proporção do valor adicionado que foi destinada aos salários, que caiu de 34,2%, em 2007, para 33,8%, em 2010. O salário médio, em salários mínimos, também sofreu queda, de 2,6 para 2,4.
Dentre as atividades, destacam-se os serviços de informação e comunicação, que, em todos os anos
analisados, apresentaram a maior produtividade e o maior salário médio (em salários mínimos). Sua produtividade, que era de R$ 137,3 mil, em 2007, alcançou R$ 148,0 mil em 2010, enquanto o salário médio pago em suas atividades manteve-se em 5,8 salários mínimos. Os serviços de manutenção e reparação alcançaram o maior quociente entre salários e valor adicionado, 54,7%, em 2007, e 47,5%, em 2010.


Região Nordeste teve a maior variação acumulada na receita bruta dos serviços




A variação acumulada da receita bruta das empresas de serviços no Brasil foi de 31,8%. Doze estados
ficaram abaixo desta média. São Paulo, Santa Catarina e Tocantins cresceram entre 31,1% e 33,0%.
Outras nove unidades da federação tiveram aumentos entre 33,1% e 42,0%. O Maranhão obteve a maior
taxa (41,8%) e o Mato Grosso, a menor (33,7%). Com variação acima de 42,0%, identificam-se quatro
estados na Região Nordeste. O Piauí teve o maior crescimento da receita (50,2%). A Região Nordeste obteve, no período, a maior variação acumulada da receita bruta de serviços, 36,1%, concentrando a maior parte das unidades da federação com variação superior a 33,1%.
De 2007 a 2010, o número de pessoas ocupadas nos serviços variou 27,3%, com destaque para a
Região Nordeste, onde essa elevação foi de 34,8%. Observa-se que houve uma redução no ritmo de
crescimento do pessoal ocupado em 2008-2009, em todas as Grandes Regiões, exceto o Norte. As
maiores médias salariais encontravam-se na Região Sudeste (2,9 salários mínimos, em 2007, e 2,7,
em 2010), que também foi a única que apresentou média superior à do total dos serviços (2,6, em 2007 e
2,4, em 2010). O Sudeste mostrou a menor queda relativa neste indicador, enquanto a maior redução
ocorreu na Região Norte (de 2,2 salários mínimos para 2,0).
Fonte: Jornal do Brasil











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