RIO - O policiamento em estádios de futebol e arenas de shows passará por mudanças na carona dos megaeventos que acontecerão no Brasil nos próximos quatro anos.
A segurança armada, comumente usada hoje e que, no Rio, é feita pela Polícia Militar, deixará de ficar
visível ao público, sendo colocada de prontidão em locais estratégicos, para intervir somente em caso
em conflitos. Em seu lugar, entrarão em ação os chamados stewards (vigilantes desarmados e treinados
para lidar com multidões). A regulamentação da nova função deverá ser divulgada ainda este mês pela
Polícia Federal. Ela disciplinará a atividade, indicando currículo mínimo de cursos para a profissão.
A ideia é que já haja stewards atuando em estádios na Copa das Confederações, que será disputada no Brasil em 2013. A regulamentação vem sendo discutida há um ano entre a PF e a Fifa, com acompanhamento do Ministério da Justiça. O modelo já é empregado na Europa e nos Estados Unidos. O policiamento desarmado é possível porque antes de entrar nos complexos esportivos, os torcedores são revistados em busca de armas ou objetos contundentes. Consultada pela PF, a Associação Brasileira das Empresas de Vigilância (Abrevis) é favorável à nova formação profissional. Segundo o presidente da entidade, José Jacobson Neto, a medida não valeria apenas para megaeventos.
Discute-se o tamanho mínimo do evento para contratar stewards: com mais de mil, dois mil ou três
mil pessoas:
— O Brasil está na contramão do mundo, que emprega os stewards. A Fifa recomenda um stewards para cada 60 espectadores em jogos mais delicados e um profissional para cada cem espectadores, em eventos considerados mais calmos.
Copa de 2014 exigirá 84 mil stewards
O presidente da entidade estimou que, somente para a Copa das Confederações, seriam necessários 10 mil stewards; enquanto que para a Copa do Mundo de 2014 o número subiria para cerca de 80 mil. Ainda não há projeções para os Jogos Olímpicos.
Nos Jogos Olímpicos de Londres os stewards estão presentes nas arenas de competição, áreas públicas de transmissão dos jogos e até em estações do metrô. Mas a empresa contratada não conseguiu
preencher 3.500 das vagas necessárias. A mão de obra foi substituída por policiais e militares, que apesar de uniformizados não portam armas. O diretor de Segurança dos Jogos no Rio, Luiz Fernando Corrêa,
ex-diretor da PF, disse que o esquema será usado nos jogos no Rio:
— Os stewards funcionam muito bem como orientadores. No caminho para os estádios, ajudam a fazer o filtro de quem chega, conferindo ingressos, por exemplo. Eles, porém, não dispensam uso de polícia, que fica em pontos pré-escolhidos, longe das vistas do público.
Em nota, a Polícia Federal informou que a segurança privada será empregada nas áreas privativas dos estádios, hotéis e locais de treinamento. A legislação brasileira não permite a atuação da segurança privada em vias públicas, exceto no transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal.
Fonte: O Globo
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