Vigilantes seguem frustrados rumo à Campanha Salarial 2011.

Texto escrito por Alex Sander S. Cristino, vigilante carioca, foi diretor sindical no Paraná.
Blog: www.alexvigilanterj.blogspot.com
E-mail: alexcampolindo76@hotmail.com

Aproxima-se a campanha salarial de nossa categoria. Tivemos nos anos anteriores Acordos “Coletivos” que desfavoreceram nossa classe trabalhadora. Por conta destas fracassadas negociações vigilantes seguem frustrados rumo ao dissídio 2011.
• Tivemos perdas salariais em relação ao salário mínimo.
Nos últimos anos todos os nossos aumentos foram inferiores aos do salário mínimo, diminuindo ainda mais o poder aquisitivo dos profissionais da área de segurança patrimonial e privada.
• Parcelamento dos 30% de Risco de vida até 2015.
Com o parcelamento do adicional de30% de Risco de Vida até 2015, se continuarmos a termos aumentos proporcionalmente inferiores aos do Salário Mínimo, como citado no parágrafo anterior, em poucos anos o salário do vigilante será baseado em um Salário Mínimo acrescido de 30% de Risco de Vida.
• A redução da jornada de trabalho para 192 horas e não 180 horas.
Esta redução abre brechas para que Empresas usem o argumento da compensação para induzir seus funcionários a fazer horas extras fora do holerite, deixando de somar aos seus benefícios e recolher tributos a união.
Como se não bastasse calculam as horas excedidas com base em 220 horas e não 192, gerando perdas em relação aos 50% de adicional por horas extras assinados em contratos trabalhistas na maioria das Empresas.
Sem contarmos Projetos de lei como o da deputada Solange Amaral que quer retirar o porte de arma do vigilante expondo ainda mais a vida destes profissionais.
”Há casos relatados de vigilantes que foram recebidos a tiros quando foram abordar meliantes em seus postos de trabalho.”
Já me disseram, que se o vigilante é tão desvalorizado então o mesmo tem que lutar para sair desta profissão. Concordo plenamente que o vigilante não pode se acomodar. Mas esta pessoa se esqueceu que é somando o esforço de profissionais de diversas categorias que nosso país está caminhando para um próspero futuro. Pensando assim posso lhe garantir que todo o trabalhador deveria receber no mínimo um salário suficiente para suprir as necessidades de sua família. O que parece quase impossível com um salário de R$ 800,00 acrescidos ironicamente de R$24,00 de Risco de Vida.
Acompanhe o cálculo abaixo:
Após serem feitos os descontos previstos em lei, teremos um valor líquido aproximado de R$680,00. Se deste valor subtrairmos R$75,00 para taxa de energia elétrica, R$35,00 para taxa de água e esgoto, R$40,00 para compra do botijão de gás e R$350,00 para moradia teremos um saldo positivo de R$180,00 a serem gastos na alimentação de nossas famílias, valor este que está muito abaixo do necessário para nosso sustento. Sem contar necessidades básicas como planos de saúde e odontológico familiar, roupas, calçados, ensino de qualidade para nossos filhos, remédios, lazer...
Lembro que nosso vale alimentação não deve ser incorporado ao salário, pois este benefício destina-se a alimentação do vigilante durante sua jornada diária de trabalho. Mas o que vemos a cada dia é o vigilante abrir mão deste benefício para complementar à alimentação daqueles que dele dependem.
É muito comum vermos companheiros de trabalho se sujeitando a trabalhar exaustivamente fazendo horas extras, isso em jornadas de 24 horas ou até mesmo 36 horas. Sacrificam-se para dar a sua família o mínimo de conforto que este vergonhoso salário não o permite.
Gostaria que algum empresário deste setor viesse a público me provar que estou errado dentro das minhas afirmações neste texto.
Mais uma vez peço a companheiros Sindicalistas, a respeitável Imprensa Brasileira e a nossa Categoria, que me ajudem usando seu poder de influência para que juntos possamos lutar por melhores salários e condições de trabalho.
“Aquele que não se mexe não sente as correntes que o prende.”
Cordialmente: Alex Sander S. Cristino
Blog: www.alexvigilanterj.blogspot.com
alexcampolindo76@hotmail.com
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