PEC das empregadas é aprovada em
comissão especial da Câmara
A proposta de emenda à
Constituição que dá mais garantias às empregadas domésticas foi aprovada na
comissão especial na tarde desta quarta-feira (7). A proposta agora será
encaminhada para apreciação do plenário da Casa e, posteriormente, ao Senado.
"Muitos dizem que legislo em
causa própria, mas é uma causa de muito valor (...) nao precisamos de nenhuma
outra PEC. Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas terão os mesmos
direitos dos demais trabalhadores" disse a relatora da proposta, deputada
Benedita da Silva (PT-RJ).
A proposta, que ficou conhecida
como PEC das empregadas domésticas, prevê que a categoria tenha os mesmos
direitos de outros trabalhadores da iniciativa privada.
O substitutivo aprovado nesta
tarde será encaminhado para o presidente da Câmara, Marco Maia, para que seja
incluído na pauta de votações da Casa.
A relatora acredita que a votação
possa ocorrer ainda neste ano em plenário.
"Queremos que seja colocado
em regime de urgência no plenário", disse.
A relatora afirmou que não teme
que haja uma possível queda no número de carteiras assinadas após a lei aer
aprovada.
"Todas estas trabalhadoras
que não têm carteira assinada vão querer exigir suas carteiras, e quem nao tem
vai acabar procurando outras firmas de emprego", disse.
Atualmente, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45 milhões das empregadas não
possuem carteira assinada.
No Brasil, o trabalho doméstico
não é regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o que não garante
direitos assegurados aos demais trabalhadores. Pela proposta, as empregadas
teriam direito a 13º salário, férias, aviso prévio, recolhimento de FGTS,
seguro-desemprego, jornada de 44 horas semanais, recebimento de hora extra,
adicional por trabalho noturno, salário-família e auxílio-creche.
Para Benedita da Silva, a mudança
é necessária para combater a discriminação. "As trabalhadoras domésticas,
se ficar esperando que não tenha uma lei e que haja um acordo entre patrão e
empregada, elas nunca vão ser reconhecidas como trabalhadoras que fazem o mesmo
serviço que alguém faz num restaurante, numa lavanderia ou em qualquer um outro
lugar", afirma.
O sociólogo José Pastore, um dos
maiores especialistas em mercado de trabalho no Brasil, diz que os benefícios
deverão encarecer a contratação. "Eu acredito que a coisa mais urgente a
fazer no Brasil era regularizar a situação atual, ou seja, cumprir os direitos
existentes, antes de criar novos direitos", disse.
Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) indicam que cerca de 90% dos domésticos são
mulheres. Outros dados apontam que só 38% das empregadas domésticas são
registradas.
Fonte: G1
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