Mais de 120
dirigentes sindicais e profissionais de Comunicação participam do Seminário
Estadual de Comunicação realizado pela NCST/RJ, nos dias 3 e 4 de outubro. O
evento teve a finalidade de encontrar alternativas para melhorar o
desempenho da área dentro da nova estratégia de Comunicação da NCST e dos
sindicatos filiados. Durante os dois dias, foram trocadas experiências de
comunicação sindical como panfletos, carro de som, jornal impresso, revistas e
o uso da Internet a favor dos sindicatos: site, blog, telefonia celular, redes
sociais, TV Comunitária, WEBTV e transmissão ao vivo de eventos, entre outros.
O evento contou com a
participação dos sindicatos e federações filiadas à Nova Central, entre eles: o
Sindicato dos Vigilantes do Rio, Volta Redonda, Campos, Belford Roxo, Nilópolis
e Queimados, além do SindValores da Baixada, todos filiados à Federação dos
Vigilantes. Também estava presente o Sindicato dos Empregados de Agente
Autônomos do Comércio e Operadores de Telemarketing (Sintelmark), ligados à
Federação. Participaram ainda representações de Sindicatos do Rio Grande do
Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
Rio: primeiro estado a promover seminário
O presidente da NCST/RJ, Sebastião José, informou que o
seminário foi feito primeiro em Brasília, quando as centrais estaduais firmaram
o compromisso de replicá-lo em seus estados. O Rio de Janeiro é o primeiro a
fazê-lo. O seminário tem por objetivo promover a integração entre as centrais,
através da comunicação, com as novas ferramentas tecnológicas
disponíveis. Neste encontro foram detalhadas as formas de atingir a
meta. Segundo ele, “é grande honra receber tanto o diretor de comunicação da
central nacional, Sebastião Soares, quanto o jornalista Beto Almeida, ambos
experientes no assunto".
Brizola Neto prometeu mudar portaria 186
José Calixto, presidente nacional da NCST, falou das novas
regras para o enquadramento sindical que têm prejudicado muito os sindicatos.
Em decorrência do avanço tecnológico foram criadas muitas categorias
profissionais. Como existe um quadro sindical em vigor, as novas categorias
deveriam ser incluídas nele, e as profissões que desapareceram, retiradas do
quadro. Não foi, porém, o que ocorreu. A NCST manifestou posição contrária
junto ao secretário de Relações de Trabalho, que disse “que a nova forma de enquadramento
era pra provocar”.
Sobre a portaria 186, o ministro Brizola Neto reuniu todas
as sugestões encaminhadas pelas confederações. Não havendo consenso, elencou os
pontos convergentes para não ter que baixar nova portaria, propondo mudar os
pontos discrepantes. “Se as mudanças não atenderem os reclamos dos sindicatos,
a luta contra a portaria continuará com nova Ação de Inconstitucionalidade”,
disse Calixto. O presidente da Nova Central nacional manifestou imenso prazer
em participar do seminário para a troca de idéias sobre as questões envolvendo
a comunicação, objetivo maior do encontro com os sindicalistas.
“Jornal O Vigilante: 36 anos de História”, se
orgulha Bandeira
O presidente do Sindicato e da Federação dos Vigilantes,
Fernando Bandeira, falou da importância do periódico “O Vigilante” que existe
há 36 anos – um dos mais antigos jornais sindicais do Rio. O primeiro jornal
foi feito em sua casa no Lins dos Vasconcelos e o telefone para contato era do
seu vizinho. Com a criação do jornal para organizar a categoria, surgiu também
a Associação Brasileira de Vigilantes (ABRAVIG) em 1977/1978, já que o governo
militar da época proibia a formação de sindicatos de trabalhadores armados. A
categoria começou a se organizar a partir dos assaltos a bancos que eram
constantes na década de 70 e os banqueiros passaram a contratar guardas de
segurança, próprios ou de empresas terceirizadas que começavam a surgir: sendo
seus donos militares, delegados ou pequenos empresários. Como
instrutor de vigilantes, Bandeira presenciou vigilantes sendo tratados como
escravos, sem receber direitos trabalhistas e trabalhando em
condições precárias, motivando-o a fundar a ABRAVIG e o jornal da categoria,
para denunciar os descasos e ter um meio de comunicação com os trabalhadores.
Em 1984 criou o Sindicato de Trabalhadores de Agentes Autônomos no Comércio, no
qual os vigilantes eram representados. Em 1985, com o fim do militarismo,
fundou o Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio, cujo jornal, editado há
mais de 3 décadas, foi fundamental para organizar a categoria. Pela experiência
que teve, Bandeira acha fundamental que todos os sindicatos tenham seus jornais
e as novas mídias como sites, facebook e twiter. É necessário também
que os sindicalistas mais antigos têm que se atualizar e aprender as novas
formas de comunicação, para não ficarem defasados. No mural do auditório vários
jornais de sindicatos estavam expostos, entre eles O Vigilante, nº 39, datado
de novembro de 1980, com a seguinte manchete: Vigilantes têm 51,37% de
aumento e piso passa para CR$ 8.712.
“Cerca de 95% da informação é um verdadeiro lixo”, afirma
Sebastião
O professor e jornalista Sebastião Soares, diretor de
Comunicação da NCST, fez a critica aos meios de comunicação em nosso país
dizendo literalmente que 95% da informação recebida “é um verdadeiro
lixo”. No país, algumas famílias dominam os meios de comunicação que não
cumprem sua destinação constitucional. A mídia, chamada por ele de PCC (Partido
dos Controladores da Comunicação) faz a criminalização do mundo do trabalho e
promove a propaganda de medida perversa do governo que é a desoneração da folha
de pagamento das empresas. Significa a perda de bilhões de recursos, que
atingirão a Previdência Social, justificando no futuro nova reforma
previdenciária.
Com a finalidade de defender os direitos sindicais e
trabalhistas, a organização sindical, a autonomia e a unicidade sindical,
Sebastião Soares entende que a NCST deve unificar as informações através de um
site nacional, estabelecer pauta nacional de comunicação, qualificar os
profissionais, incentivar e promover o uso de novas tecnologias na comunicação.
“A Voz do Brasil deve ser preservada”, declara
Beto Almeida
O jornalista da TV Senado e da Telesur, Beto Almeida,
criticou as classes dominantes que pedem sempre para que os direitos
trabalhistas sejam flexibilizados. Lembrou que há três anos foi feita a
Conferência Nacional dos Meios de Comunicação que foi precedida por 600
conferências municipais, estaduais até chegar em Brasília, sendo esta
conferência boicotada pelo sistema Globo de TV.
Lembrou que Getúlio Vargas fez a Revolução de 30 concedendo
direitos trabalhistas e sociais e criando também instrumentos para assegurar
estas conquistas. Através dos meios de comunicação criados por Vargas, como o
Instituto Nacional de Cinema, a Rádio Nacional, Rádio Mauá, entre outros, esses
direitos trabalhistas chegariam às consciências e corações dos brasileiros.
Disse ainda que hoje existe uma grande investida para acabar com o
programa “A Voz do Brasil” também da época de Vargas, que é a única forma de
chegar aos mais longínquos municípios informações do governo federal. É preciso
aperfeiçoá-la e não extinguí-la.
Para Beto Almeida não haverá democracia plena se não houver
democratização dos meios de comunicação, sendo necessário assegurar que o país
tenha soberania informativa para poder defender as conquistas trabalhistas,
conseguidas em muitas jornadas de lutas.
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