sábado, 6 de outubro de 2012

NCST-RJ DEBATE COMUNICAÇÃO NO PAÍS E NOS SINDICATOS


Mais de 120 dirigentes sindicais e profissionais de Comunicação participam do Seminário Estadual de Comunicação realizado pela NCST/RJ, nos dias 3 e 4 de outubro. O evento teve a finalidade de encontrar alternativas para melhorar o desempenho da área dentro da nova estratégia de Comunicação da NCST e dos sindicatos filiados. Durante os dois dias, foram trocadas experiências de comunicação sindical como panfletos, carro de som, jornal impresso, revistas e o uso da Internet a favor dos sindicatos: site, blog, telefonia celular, redes sociais, TV Comunitária, WEBTV e transmissão ao vivo de eventos, entre outros.
evento contou com a participação dos sindicatos e federações filiadas à Nova Central, entre eles: o Sindicato dos Vigilantes do Rio, Volta Redonda, Campos, Belford Roxo, Nilópolis e Queimados, além do SindValores da Baixada, todos filiados à Federação dos Vigilantes. Também estava presente o Sindicato dos Empregados de Agente Autônomos do Comércio e Operadores de Telemarketing (Sintelmark), ligados à Federação. Participaram ainda representações de Sindicatos do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.



Rio: primeiro estado a promover seminário

O presidente da NCST/RJ, Sebastião José, informou que o seminário foi feito primeiro em Brasília, quando as centrais estaduais firmaram o compromisso de replicá-lo em seus estados. O Rio de Janeiro é o primeiro a fazê-lo. O seminário tem por objetivo promover a integração entre as centrais, através da comunicação, com as novas ferramentas tecnológicas disponíveis.  Neste encontro foram detalhadas as formas de atingir a meta. Segundo ele, “é grande honra receber tanto o diretor de comunicação da central nacional, Sebastião Soares, quanto o jornalista Beto Almeida, ambos experientes no assunto".


Brizola Neto prometeu mudar portaria 186

José Calixto, presidente nacional da NCST, falou das novas regras para o enquadramento sindical que têm prejudicado muito os sindicatos. Em decorrência do avanço tecnológico foram criadas muitas categorias profissionais. Como existe um quadro sindical em vigor, as novas categorias deveriam ser incluídas nele, e as profissões que desapareceram, retiradas do quadro. Não foi, porém, o que ocorreu. A NCST manifestou posição contrária junto ao secretário de Relações de Trabalho, que disse “que a nova forma de enquadramento era pra provocar”. 
Sobre a portaria 186, o ministro Brizola Neto reuniu todas as sugestões encaminhadas pelas confederações. Não havendo consenso, elencou os pontos convergentes para não ter que baixar nova portaria, propondo mudar os pontos discrepantes. “Se as mudanças não atenderem os reclamos dos sindicatos, a luta contra a portaria continuará com nova Ação de Inconstitucionalidade”, disse Calixto. O presidente da Nova Central nacional manifestou imenso prazer em participar do seminário para a troca de idéias sobre as questões envolvendo a comunicação, objetivo maior do encontro com os sindicalistas.


“Jornal O Vigilante: 36 anos de História”, se orgulha Bandeira 

O presidente do Sindicato e da Federação dos Vigilantes, Fernando Bandeira, falou da importância do periódico “O Vigilante” que existe há 36 anos – um dos mais antigos jornais sindicais do Rio. O primeiro jornal foi feito em sua casa no Lins dos Vasconcelos e o telefone para contato era do seu vizinho. Com a criação do jornal para organizar a categoria, surgiu também a Associação Brasileira de Vigilantes (ABRAVIG) em 1977/1978, já que o governo militar da época proibia a formação de sindicatos de trabalhadores armados. A categoria começou a se organizar a partir dos assaltos a bancos que eram constantes na década de 70 e os banqueiros passaram a contratar guardas de segurança, próprios ou de empresas terceirizadas que começavam a surgir: sendo seus donos militares, delegados ou pequenos empresários.  Como instrutor de vigilantes, Bandeira presenciou vigilantes sendo tratados como escravos, sem receber direitos trabalhistas e trabalhando em condições precárias, motivando-o a fundar a ABRAVIG e o jornal da categoria, para denunciar os descasos e ter um meio de comunicação com os trabalhadores. Em 1984 criou o Sindicato de Trabalhadores de Agentes Autônomos no Comércio, no qual os vigilantes eram representados. Em 1985, com o fim do militarismo, fundou o Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio, cujo jornal, editado há mais de 3 décadas, foi fundamental para organizar a categoria. Pela experiência que teve, Bandeira acha fundamental que todos os sindicatos tenham seus jornais e as novas mídias como  sites, facebook e twiter. É necessário também que os sindicalistas mais antigos têm que se atualizar e aprender as novas formas de comunicação, para não ficarem defasados. No mural do auditório vários jornais de sindicatos estavam expostos, entre eles O Vigilante, nº 39, datado de novembro de 1980, com a seguinte manchete: Vigilantes têm 51,37% de aumento e piso passa para  CR$ 8.712.



“Cerca de 95% da informação é um verdadeiro lixo”, afirma Sebastião

O professor e jornalista Sebastião Soares, diretor de Comunicação da NCST, fez a critica aos meios de comunicação em nosso país dizendo literalmente que 95% da informação recebida “é um verdadeiro lixo”.  No país, algumas famílias dominam os meios de comunicação que não cumprem sua destinação constitucional. A mídia, chamada por ele de PCC (Partido dos Controladores da Comunicação) faz a criminalização do mundo do trabalho e promove a propaganda de medida perversa do governo que é a desoneração da folha de pagamento das empresas. Significa a perda de bilhões de recursos, que atingirão a Previdência Social, justificando no futuro nova reforma previdenciária.  
Com a finalidade de defender os direitos sindicais e trabalhistas, a organização sindical, a autonomia e a unicidade sindical, Sebastião Soares entende que a NCST deve unificar as informações através de um site nacional, estabelecer pauta nacional de comunicação, qualificar os profissionais, incentivar e promover o uso de novas tecnologias na comunicação.


 “A Voz do Brasil deve ser preservada”,  declara Beto Almeida

O jornalista da TV Senado e da Telesur, Beto Almeida, criticou as classes dominantes que pedem sempre para que os direitos trabalhistas sejam flexibilizados. Lembrou que há três anos foi feita a Conferência Nacional dos Meios de Comunicação que foi precedida por 600 conferências municipais, estaduais até chegar em Brasília, sendo esta conferência boicotada pelo sistema Globo de TV.
Lembrou que Getúlio Vargas fez a Revolução de 30 concedendo direitos trabalhistas e sociais e criando também instrumentos para assegurar estas conquistas. Através dos meios de comunicação criados por Vargas, como o Instituto Nacional de Cinema, a Rádio Nacional, Rádio Mauá, entre outros, esses direitos trabalhistas chegariam às consciências e corações dos brasileiros. Disse  ainda que hoje existe uma grande investida para acabar com o programa “A Voz do Brasil” também da época de Vargas, que é a única forma de chegar aos mais longínquos municípios informações do governo federal. É preciso aperfeiçoá-la e não extinguí-la.
Para Beto Almeida não haverá democracia plena se não houver democratização dos meios de comunicação, sendo necessário assegurar que o país tenha soberania informativa para poder defender as conquistas trabalhistas, conseguidas em muitas jornadas de lutas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário