No nono dia de greve nacional, a maioria das assembleias dos bancários aprovou nesta quarta-feira
26 a nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), conforme informações enviadas
pelos sindicatos até as 21h para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT). Também foi aceita a proposta para as reivindicações específicas dos funcionários do Banco
do Brasil, mas a maioria das assembleias rejeitou a da Caixa Econômica Federal.
Com isso, os bancários de bancos privados e do BB de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande e estados como Piauí, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima e Alagoas, dentre outros, voltam ao trabalho nesta quinta-feira 27.
Já os empregados da Caixa decidiram permanecer em greve em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte,
Porto Alegre, Pará, Ceará, Bahia e Sergipe, dentre outros. "Vamos fortalecer a greve na Caixa, buscando cobrar mais avanços para os trabalhadores", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e
coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
A Contraf-CUT vai encaminhar nesta quinta-feira uma carta para a direção da Caixa, solicitando a retomada das negociações específicas.
Avanços econômicos e sociais A nova proposta da Fenaban, que foi apresentada ao Comando Nacional no oitavo dia de greve, eleva o reajuste nos salários de 6% para 7,5% (2% de aumento real), contém um acréscimo de 8,5% no piso salarial e nos auxílios-refeição e alimentação (ganho real de 2,95%) e aumenta 10% no valor fixo da regra básica e no limite da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
"Com mobilização e greves, os bancários conquistaram nos últimos nove anos consecutivos aumento real de salário, acumulando 13,22% nos salários e 35,57% no piso, de acordo com o INPC", destaca Cordeiro.
A Fenaban aceitou a reivindicação de que os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo considerado inapto no exame de retorno ao trabalho realizado pelos bancos, ficando sem benefício do INSS e sem salário.
"Os bancos aceitaram ainda a proposta do Comando de realizar um novo censo na categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008", salienta o dirigente sindical.
Além disso, a Fenaban também assumiu o compromisso com a proposta do Comando de fazer um
projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da
segurança nos bancos, como portas de segurança, biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre
os caixas, inclusive os eletrônicos, dentre outras demandas. A Fenaban indicou as cidades de Recife,
Olinda e Jaboatão para a realização do projeto-piloto, com participação e acompanhamento dos bancários nas etapas.
Não desconto dos dias parados Os dias de greve não serão descontados dos bancários. A reivindicação do Comando Nacional era anistia, mas a Fenaban não aceitou e apresentou a mesma regra do ano passado de compensação até 15 de dezembro. Assim, os dias parados serão compensados em, no máximo, duas horas por dia, de segunda a sexta-feira, exceto sábados, domingos e feriados. O que ultrapassar esse período não
será considerado.
Fonte: CONTRAF/CUT
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